sábado, 12 de junho de 2010

the birds still sing.

Não faz muito tempo e eu conversava com meu avô sobre presentes de natal. Tinha todo esse clima natalino no ar. Ele ia ser o papai noel de nossa festa, como todos os anos e como era de se esperar ele não via a hora de fazê-lo de novo. Daí ele me perguntou o que eu gostaria de ganhar de natal, mas não necessariamente no sentido denotativo da coisa e, antes que eu pudesse respondê-lo, ele falou o que queria: ver os filhos e os netos felizes, saudáveis e bastava. Sabe, ele não é perfeito, eu sei. Mas pra mim ele é. Ele não é melhor que meus pais, nem que minha avó, nem que meus tios e tias, mas esse amor que ele tem pela família me orgulha. Depois dessa resposta eu tive que repensar na minha, devo confessar. Quando ele terminou a frase com aqueles brilhos nos olhos eu relutei um pouco e acabei respondendo um 'ah vô, não sei...'. Na verdade eu sabia, talvez só estava com vergonha de admitir o que eu realmente queria, acho que por ser um bocado egoísta. Mudamos de assunto.
Todos os meus avós são muito inteligentes, e conversar com eles é muito bom. Me sinto bem só de estar ao lado deles. Não sei se é pelo fato de eles já terem passado por muito nessa vida ou o que seja, mas os entendo mais agora que antes. Sinto mais saudades agora que antes. Ou pelo menos tenho mais consciência disso, vai saber. O fato é que agora me ocorreu que eu continuo querendo o mesmo presente de natal. Mesmo sem espírito natalino. Mesmo com uma distância absurda. Mesmo com essa imensa dúvida se algum dia terei esse presente. E continuo um bocado egoísta, mas nem por isso deixo de querer ver minha família feliz, saudável. Me sinto tão mal agora quanto senti naquele dia, pelo mesmo motivo, apenas em lugares diferentes.
O natal foi estupendo! Típico de família, todo mundo junto, se divertindo. E comendo. Se tem uma coisa que a gente faz e faz bem é comer. E se divertir. O papai noel, como em todos os anos, estava lá. Com aquele sorrisão no rosto, com os olhos brilhando. Se orgulhando a cada momento por estarem todos reunidos, independente do presente. Na verdade o presente a gente ganha todo dia. A vida é um presente e a minha família é minha vida.



Ah, só estou com saudades deles. De todos eles. E ouvindo meu novo cd.