domingo, 20 de janeiro de 2008

the red one



ela tenta recolher os pedaços de sonhos de menina que um dia esqueceu e aquele desejo de ser reconhecida que jamais aconteceu. sabe que enxugar seus prantos é impossível e que agora não lhe resta mais tempo. sente que a vida vai se esvaindo assim como a água daquela mesma banheira em que tantas vezes pensou em fazer o pior, mas não ficava bem em vermelho.
a bebida é o melhor consolo. depois das drogas, do cigarro e dos remédios pra dormir. sábado a noite não é mais curtição e os dias são cada vez mais longos e vazios.
sua vida poderia até ser escrita em uma folha de papel que não preencheria nem o verso; seus feitos foram inúteis e ela não se orgulha de nada. absolutamente nada.
no final ela finalmente se rende ao destino cruel; e se veste de vermelho.