sexta-feira, 5 de junho de 2009

uma carta aos amigos

meus caros, meus queridos,
disse a mim mesma que não sentiria saudades e posso lhes dizer que esse é o maior sentimento que enche meu ser. achava que queria ser como aquelas pessoas que, de certa forma, não possuem bagagem. daquelas que se mudam e viajam e deixam tudo pra trás, apenas vivenciam o agora esperando um futuro de aventuras. hoje percebo que não sou assim. eu tenho uma bagagem e, mais do que isso, eu preciso dessa bagagem. pode até soar clichê, mas sem vocês eu não seria o que sou hoje, não acharia graça das coisas que acho hoje.
devo-lhes dizer amigos, que vocês me desapontaram algumas vezes, me fizeram chorar e me deixaram com raiva. e hoje, que tudo passou, vocês continuam a me fazer chorar. mas me fazem chorar justamente pelos bons momentos que passamos, pelos ótimos momentos que passamos juntos. aqueles em que mais nos divertimos e que mais conversamos e nos apoiamos. aqueles momentos em que a responsabilidade nos uniu mais do que nunca.
se estou aqui e agora soluçando e de rosto inchado é porque algo valeu realmente a pena. esse algo que eu não posso descrever com palavras e que as fotos e as filmagens fazem aflorar em minha memória. na verdade, não quero reviver esses momentos. quero sentir a nostalgia para ter certeza que foi bom, que foi maravilhoso. e a tenho, pode ter certeza.
devo confessar que, por inúmeras vezes, desejei outros amigos, desejei estar em outro lugar. mas vejo que era tudo bobagem e, de certa forma, infantilidade. não trocaria vocês por nenhum outro grupo de amizades, não trocaria nossos momentos por nenhum outro.
e tenho medo por talvez nunca mais nos encontrarmos ou nos falarmos. tenho medo que, por mais que esteja tão perto, esteja tão longe. e que essa pouca distância nos fez tão distantes...
hoje me deixei chorar, me deixei relembrar cada risada gostosa e cada abraço apertado. me entreguei à saudade. saudade essa que eu tenho orgulho de dizer que sinto.
um muito obrigada e desculpa qualquer coisa. vocês são a bagagem que qualquer um gostaria de ter. e, modéstia a parte, eu tenho. alter ego (L)